O mercado global de luxo cresceu 21% em 2022, mesmo diante
das turbulências econômicas globais.
A indústria mundial desses segmentos
atingiu € 1,38 trilhão (R$ 7,66 trilhões) em vendas no ano passado, segundo
análise da consultoria Bain & Company em conjunto com a Fondazione
Altagamma, a associação comercial de fabricantes italianos de artigos de luxo.
A Bain rastreia nove segmentos do setor: carros, bens
pessoais, hospitalidade, vinhos e destilados, comida gourmet e jantares, móveis
e utensílios domésticos, artes, jatos e iates particulares e cruzeiros de luxo.
Segundo o relatório, carros, hospitalidade e bens pessoais
de luxo representam 80% do mercado total. Em 2022, a consultoria afirma que
todos os segmentos ganharam impulso, mas apenas a hotelaria de luxo e os
cruzeiros ainda não fecharam a lacuna dos níveis pré-Covid.
Carros de luxo representaram a maior parcela das vendas no
ano passado e atingiram um novo recorde de vendas: € 566 bilhões (R$ 3,14
trilhões), 6% a mais que 2021 e 3% acima de 2019.
Na sequência aparecem os bens pessoais de luxo, que a Bain
classifica como “coração de toda a indústria”. Embora o faturamento não tenha
sido superior ao dos carros, o crescimento foi: de 22% frente a 2021, para €
353 bilhões (R$ 1,95 trilhão).
O pódio fecha com hospitalidade de luxo, que mais do que
dobrou o seu valor em 2022, com avanço de 110% para € 191 bilhões (R$ 1,06
trilhão). Entretanto, as vendas ainda ficaram 7% abaixo dos níveis registrados
em 2019.
Segmentos do mercado de luxo:
- Carros: € 566
bilhões (R$ 3,14 trilhões)
- Bens pessoais: €
353 bilhões (R$ 1,95 trilhão)
- Hospitalidade: €
191 bilhões (R$ 1,06 trilhão)
- Vinhos finos e
destilados: € 96 bilhões (R$ 532,64 bilhões)
- Comida gourmet e
jantares finos: € 57 bilhões (R$ 316,26 bilhões)
- Móveis e
utensílios domésticos sofisticados: € 53 bilhões (R$ 294 bilhões)
- Artes: € 39
bilhões (R$ 216,4 bilhões)
- Jatos e iates
particulares: € 26 bilhões (R$ 144,26 bilhões)
- Cruzeiros: € 2
bilhões (R$ 11,10 bilhões)
No último ano, as Américas foram o continente que mais
consumiu bens pessoais de luxo, seguida pela Ásia e depois pela Europa. Segundo
a Bain, as vendas nas Américas somaram € 113 bilhões, crescimento de 25% em
relação a 2021.
“Nos Estados Unidos, os centros de luxo tradicionais
voltaram gradualmente a crescer, enquanto as áreas suburbanas mantiveram sua
nova proeminência como fonte de vendas de luxo. A América Latina experimentou
um crescimento sólido, especialmente no México e no Brasil”, diz o relatório.
Expectativa para 2023
Em relatório, a consultoria destaca que a indústria está
pronta para uma expansão ainda maior neste ano e no restante da década até
2030. Para os analistas da Bain, a indústria está mais preparada agora para uma
possível recessão global do que estava no biênio 2008-2009.
“O mercado de luxo
agora parece mais bem equipado para lidar com a turbulência econômica, graças a
uma base de consumidores maior e mais concentrada em clientes de alto nível,
menos sensíveis a crises”, diz o relatório.
Eles projetam dois cenários para 2023. O cenário otimista
vislumbra um crescimento entre 6% e 8%, enquanto o cenário base aponta para um
avanço entre 3% e 5%. Tudo depende da recuperação econômica da China e da
capacidade dos Estados Unidos e da Europa de “resistirem aos ventos econômicos
contrários”.
Mais para o longo prazo, pensando no crescimento até o fim
da década, a Bain aponta quatro motores que irão impulsionar a indústria:
O primeiro são os consumidores chineses, que devem recuperar
a posição pré-Covid como a nacionalidade dominante para o luxo, crescendo para
representar de 38% a 40% das compras globais. Além disso, a China continental
deve superar as Américas e a Europa para se tornar o maior mercado de luxo do
mundo (25% a 27% das compras globais).
Na sequência, eles destacam que as gerações mais jovens
(gerações Y, Z e Alpha) se tornarão os maiores compradores de luxo,
representando 80% das compras globais.
Por fim, as vendas online devem se tornar o principal canal
para compras de luxo, com uma participação de mercado estimada de 32% a 34%,
seguido pelas lojas monomarca (30% a 32% de participação de mercado).
Fonte: Forbs Brasil