O Brasil foi o terceiro país do mundo que registrou o maior crescimento do número de pessoas que possuem ativos financeiros no valor de pelo menos US$ 1 milhão em 2007, o que foi impulsionado pela expansão da economia de 5,4%, aumento dos investimentos das empresas e incremento do mercado de capitais, o que propiciou uma elevação de 43,65% do Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores de São Paulo, no ano passado. De acordo com o "12º Relatório Anual sobre a Riqueza Mundial" realizado pelo Merrill Lynch e CapGemini, o número de pessoas que possuem grandes fortunas no País subiu de 120 mil em 2006 para 143 mil, uma expansão de 19,16%.
"Os fluxos líquidos de capital privado duplicaram para a América Latina em 2007, contribuindo para o fato de a Bovespa ter alcançado a quarta posição no ranking entre os maiores mercados mundiais para operações de abertura de capital (IPOs). Isto, de acordo com o relatório, deu suporte para o estabelecimento e integração global do sistema financeiro brasileiro", informaram as duas instituições responsáveis pelo estudo, por meio de um comunicado.
De acordo com o documento, a América Latina registrou um aumento de 12% em 2007 do número de pessoas com grandes fortunas, conhecido pela sigla em inglês de HNWIs (High Net Worth Individuals). No caso do Brasil, os principais fatores que contribuíram para o incremento do total de cidadãos que possuem acima de US$ 1 milhão em ativos financeiros foi o avanço do consumo interno, que alavancou o crescimento da Formação Bruta de Capital Fixo, uma medida de investimentos produtivos, e fortaleceu a produção agrícola.
O estudo destaca que o desenvolvimento de obras em infra-estrutura e incentivos do governo para o setor de construção civil, como a queda de impostos sobre materiais de construção, geraram um "boom" do segmento no País. Além disso, o Merrill Lynch e CapGemini ressaltam que também colaboraram a redução do desemprego e a valorização do câmbio, que reduziu os custos de importações de máquinas e bens de consumo. Os juros elevados também foram um fator atraente para o aumento dos investimentos, especialmente em aplicações de renda fixa.
As receitas externas obtidas com as exportações ajudaram a melhorar os fundamentos macroeconômicos do Brasil, pois geraram superávits comerciais que contribuíram para o avanço das reservas cambiais, que estão em US$ 198,86 bilhões. O aumento das vendas externas, ressalta o relatório, foi propiciado especialmente pela crescente demanda de nações asiáticas por produtos nacionais, entre eles commodities alimentícias e metálicas. "Com o bom desenvolvimento dos setores agrícola, de mineração, manufaturados e serviços, o Brasil, que é um dos maiores exportadores de matérias-primas e outras commodities, está colhendo os benefícios obtidos de fortes elevações dos preços de alimentos e de energia registrados no ano passado", apontou o estudo.