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sexta-feira, 22 de março de 2013

ADEUS "LOGOMANIA"


O que você acha de marcas de luxo, como Louis Vuitton e Gucci, estarem repensando (a utilização de) seus símbolos gráficos? 

O desfile de Outono/Inverno 2013/14 da Louis Vuitton, realizado em Paris no dia 6 de março, destacou-se pela presença de Kate Moss em seu casting, pela beleza sexy e pela cenografia, mais uma vez inusitada. A atmosfera contagiou os espectadores, enquanto as resenhas críticas foram muito favoráveis à apresentação. Poucos notaram, no entanto, que, nesta temporada, nenhuma das peças veio grifada com os famosos monogramas da marca francesa. 

Já as estampas Damier (tabuleiro de damas, em português), também essenciais à identidade visual da Louis Vuitton, foram tão exploradas por Marc Jacobs na Primavera/Verão 2013 que, agora, simplesmente desapareceram. Essa ausência dos dois principais símbolos da marca francesa deve-se a uma nova estratégia introduzida por Bernard Arnault, CEO da holding LVMH, para alavancar as vendas que, pelo segundo trimestre consecutivo, apresentaram um crescimento muito lento, o que não acontecia desde 2009. 

Em janeiro de 2013, Arnault comentou que a Louis Vuitton, responsável por mais da metade dos lucros da LVMH, abriria menos lojas, focaria na utilização de matérias-primas mais luxuosas e reduziria a visibilidade de seus produtos com monogramas. A questão que surge, e que o “Business of Fashion” ratifica, é: o que significa uma marca deixar de lado os símbolos que pavimentaram sua reputação e que a ajudaram a tornar-se um império? Estariam seus consumidores cansados dos mesmos logotipos repetindo-se ad eternum

Esse esgotamento, claro, não é restrito à Louis Vuitton: em 2010, François Henri-Pinault, CEO da holding PPR, concorrente direta da LVMH, falou que as marcas do grupo, em especial a Gucci, diminuiriam a utilização de logos, medida que visava um “luxo mais discreto”. Foi justamente nesse conceito que transformou, por exemplo, a Bottega Veneta, até então uma empresa familiar, em marca global. E como a moda é uma indústria intermitente, em que as tendências passam, mas nunca retornam exatamente da mesma maneira, até elementos menos óbvios (que os monogramas) podem cansar. 

Marcas como Hermès, por exemplo, são discretas mas nem por isso menos desejadas. A grife francesa tem como principal atrativo não o logo, mas seu couro e suas cores, além das bolsas icônicas. A Dior, especialmente nessa era Raf Simons, caminha para a mesma direção do menos é mais. 

Apesar de consumidores de países emergentes, como a China, ainda amarem tais símbolos – 28% das vendas da LVMH, por exemplo, vêm da Ásia –, o público geral está aparentemente cansado da “logomania”. Mesmo os habitantes de centros metropolitanos, como Pequim e Xangai, encontram-se mais resistentes: “As mudanças no que os compradores chineses querem é agora uma questão central” para as empresas que trabalham com o mercado de luxo, comentou Bruno Lannes, da consultoria Bain & Company. 

Ao observar a questão sob uma ótica mais profunda, o artigo do “Business of Fashion” aponta que a maior problemática é que o luxo é baseado na exclusividade e equilibrar corretamente com popularidade é o que mantém lucrativa qualquer marca do porte da Louis Vuitton. No entanto, deixando de lado o esgotamento comercial dos monogramas, é interessante conhecer sua origem, que se mistura à própria história da moda francesa. 

O empresário Louis Vuitton fundou a Louis Vuitton Malletier em 1854 em Paris, na França, e foi ele que criou as estampas Damier, em 1888, para diferenciar seus produtos das cópias. Georges Vuitton assumiu o comando da marca após a morte de seu pai, em 1892, e, quatro anos depois, desenvolveu os monogramas, inspirados em designs asiáticos que eram “tendência” na época. Enfim, a Louis Vuitton foi comprada da família que a fundou e, em 1987, ao lado da Moët et Chandon e Hennessy, surgiu a LVMH. 

As primeiras coleções feminina e masculina de prêt-à-porter da Louis Vuitton foram lançadas em março de 1998 – Marc Jacobs assumiu o comando criativo da marca em 1997. Desde então, é praticamente impossível encontrar um desfile em que não apareçam bolsas com os monogramas, como se percebe na galeria abaixo, na qual há imagens do Outono/Inverno 2000 até as apresentações mais recentes. 

Fonte: FFW

5 comentários:

Beth A Oliveira Barreto disse...

Vejo como uma excelente estratégia de marketing..... eu particularmente prefiro as mais discretas...... O produto quando é bom, não precisa de tanta ostentação!! Vale a beleza e o toque de inovação e estilo!! E. claro, qualidade!!!

Elen Cassia disse...

Acho ruim pq seus símbolos representam tradição e isso é o que melhor define o LUXO! Bjo

Georges Germain Dittmar disse...

Less is more....

Gil Moraes disse...

Concordo plenamente...

Luxo disse...

Sem dúvida nenhuma as logos estão caindo em desuso, apesar da tradição.