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sábado, 13 de dezembro de 2008

MARC JACOBS - LOUIS VUITTON


Saiba como Marc Jacobs transformou a Louis Vuittton na maior potência do luxo mundial.
O ousado e problemático estilista ajudou a quadruplicar as vendas da grife nos últimos dez anos

Uma multidão se espreme na entrada do camarim do desfile da Louis Vuitton, montado em um dos pátios do palácio do Louvre, em Paris, no início de outubro. No fundo do salão, uma montanha de câmeras indica onde encontrar Marc Jacobs, o responsável pelo show daquela tarde. Bronzeado, bem humorado, vestido com um terno escuro de risca de giz e um sapato plataforma, Jacobs repete a mesma declaração em todas as entrevistas: Nossa consumidora não quer saber de crise. Ela quer sonho, e é isso que estamos dando a ela. Os repórteres de um canal de TV japonês pedem autógrafo num pedaço de fórmica.

O estilista rabisca o nome na fórmica branca e tira fotos com os jornalistas, que saem sorridentes, enquanto a assessora de imprensa tenta impedir a aglomeração de mais jornalistas. Dois seguranças enormes e nada discretos acompanham a movimentação. Até o cantor Lenny Kravitz, uma das celebridades convidadas, tira fotos de Jacobs.


Definitivamente, há uma parte de mim que adora a idéia de ser manchete”, disse recentemente à revista New Yorker. Mas Marc Jacobs é mais do que uma celebridade fashion. Para a Vuitton, ele é a galinha dos ovos de ouro. Graças a ele, as receitas da marca quadruplicaram nos últimos dez anos, e a Vuitton conseguiu afastar o ar decadente, associado às emergentes de Miami, para atrair uma imagem moderna e descolada, ligada à Nova York de Sex and the City.


Quando Jacobs assumiu o cargo de diretor artístico da grife, em 1997, a editora da Vogue americana Anna Wintour, espécie de oráculo do mundo da moda, expressou de forma nada sutil suas dúvidas sobre o sucesso da parceria. Você pensa em Vuitton e pensa em aeroportos. A imagem da Vuitton tem sido... a de Palm Beach, declarou. Essa uma associação improvável. Talentoso, mas problemático, com histórico de uso de drogas, Jacobs tornou-se conhecido no início da década de 90, por seu desfile grunge para uma marca de luxo chamada Perry Ellis, uma ousadia que causou sua demissão. Na Vuitton, a ousadia de Jacobs foi canalizada para multiplicar os lucros. Até a sua chegada, a Vuitton era apenas uma empresa de assessórios. Depois, passou a ser uma marca de moda, diz o consultor Carlos Ferreirinha, que foi presidente da Vuitton no Brasil.


Em 98, Vuitton fez sua primeira linha de roupas e o primeiro desfile na coleção de Paris. Não que as roupas sejam propriamente um sucesso comercial. Estima-se que sejam responsáveis por cerca de 10% das receitas. Mas são uma ótima ferramenta de marketing. Elas ajudam a construir a marca, não são necessariamente para lucrar, diz um ex-executivo da Vuitton em Paris. Foi também de Marc Jacobs a iniciativa, em 2003, de chamar o artista plástico japonês Takashi Murakami para renovar as bolsas da marca. As bolsas brancas com o monograma colorido venderam, naquele ano, 300 milhões de dólares, estão entre as mais procuradas nas lojas até hoje. Já éramos grandes, mas, quando Marc Jacobs veio, ficamos ainda maiores. E avançamos muito no lado fashion do negócio, disse a EXAME Antoine Arnault, herdeiro do grupo LVMH, após o desfile.


Mas o sucesso de público e crítica não evitou que a parceria Jacobs-Vuitton tivesse um histórico de conflitos. Nos primeiros anos, Jacobs e o sócio, Robert Duffy, freqüentemente expunham em público suas divergências com a grife. Até o desembarque na Vuitton, a Marc Jacobs, criada pela dupla, era elogiada pelos críticos de moda, mas vivia em dificuldades financeiras. Uma das condições para aceitar o convite do presidente do grupo LVMH, Bernard Arnault, era que grupo injetasse capital na Marc Jacobs, e comprasse 33% da marca. Outra condição foi que o grupo contratasse o sócio, Robert Duffy, o verdadeiro homem de negócios da dupla. Depois das primeiras reuniões na sede da Vuitton, em Paris, os dois disseram à revista New Yorker estar impressionados com o grau de burocracia na tomada de decisões. A dupla também considerava que o grupo LVMH não dava a devida importância aos negócios da Marc Jacobs International, onde os CEOs não duravam mais do que alguns meses, por desentendimentos com Duffy. Os dois também se diziam descontentes com os salários, de menos de 1 milhão de dólares cada.


No final de 2004, Jacobs e a Vuitton revisaram o contrato e garantiram a continuação da parceria por mais dez anos. Os novos termos - que, além de um aumento de salário não revelado, incluíam também investimento na expansão global da rede Marc Jacobs - acalmaram a dupla. Os processos decisórios, com longas reuniões para avaliar detalhes como alças e fechos de bolsas, continuam os mesmos, e Jacobs participa deles sem reclamar. A Marc Jacobs já tem mais de 100 lojas mundo afora (a inauguração da primeira loja no Brasil está prevista para 2009), fatura mais de 350 milhões de dólares e começou a dar lucro em 2005.

Jacobs trocou seu apartamento em Paris por uma casa na região mais nobre da cidade, com vista para a Torre Eiffel (no início de outubro, uma casa de dez cômodos no mesmo bairro era anunciada nos jornais da capital francesa por 5,7 milhões de euros). Não dá para dizer, no entanto, que não sobraram arestas. Pouco antes de o desfile na semana de moda de Paris começar, todo o alto escalão da Vuitton estava mobilizado para acalmar o estilista, que reclamava do atraso de 15 minutos do dono do LVMH, Bernard Arnault.


*Fonte: Revista EXAME

2 comentários:

Emilia Carvalho disse...

Amigo, vc é o máximo !! sempre nos deixando antenadas com o que há de mais moderno no mundo do mercado de luxo !!!! já enviei meu e-mail... vamos às compras....e o melhor : DE LUXO !!!
Te adoro !!!!

Cris Granado disse...

Olá Luís,

É com muito prazer que deixo meu comentário em seu blog.

Fiquei impressionada de saber, que o seguimento do mercado de Luxo não será praticamente atingido pela crise. Este é um grande reconhecimento para os donos das melhores Grifs, por seus esforços lindos trabalhos para agradarem seus públicos.
Conhecer a origem das marcas é bastante curioso, pois sempre envolvem persistência e muita POSITIVIDADE.

Gostei de ver que o mercado internacional está de “olho” no Brasil, para suas expansões.

BOM GOSTO e SONHOS, não vão faltar!!!

Querido um grande beijo.

Cris Granado